Amazonas tem 15 municípios em situação de emergência pela estiagem

Amazonas tem 15 municípios em situação de emergência pela estiagem

Dos 62 municípios do Amazonas, 15 estão em situação de emergência por conta da seca dos rios que afeta o estado.

Outros 45 estão em alerta ou atenção e apenas dois ainda vivem uma situação de normalidade para o período.

Os dados fazem parte do informativo da Defesa Civil amazonense e mostram que também que os municípios mais afetados estão localizados na Calha do Alto Solimões. É o caso de São Paulo de Olivença, onde 23.932 pessoas foram atingidas pela seca, o que representa quase 6 mil famílias.

A cidade de Benjamin Constant, que fica na mesma região, já tem pelo menos 18.172 pessoas afetadas pela estiagem.

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Para minimizar os impactos da estiagem, há uma previsão de distribuição de 300 mil cestas básicas, sendo que 70 mil serão entregues daqui a 15 dias.

Além disso, o governo estadual também fornecerá água potável. Por conta do agravamento do cenário, o governador Wilson Lima vai discutir com o governo federal a possibilidade de assistência na ajuda humanitária ao Amazonas.

A estimativa é que o estado precise de ao menos R$ 100 milhões em ações emergenciais. A reunião está marcada para esta terça-feira (26) em Brasília e terá participação do governador de Rondônia, Marcos Rocha. A situação é acompanhada pelos Ministérios de Portos e Aeroportos, dos Transportes e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.

De acordo com o governo do Amazonas, essa deve ser a pior seca da história. Nesta época do ano, é comum ocorrer a queda no nível dos rios até a chegada da temporada das chuvas, a partir de novembro.

Mas a velocidade com que o rios estão secando preocupa. Além disso, conforme a Defesa Civil, a previsão é que, devido à influência do fenômeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa, se comparada aos anos anteriores.

O principal problema está no isolamento das cidades, e o risco de desabastecimento de produtos de primeira necessidade para a população, uma vez que com níveis pluviométricos tão baixos, a navegação na região fica comprometida e o transporte no estado é feito majoritariamente por meio fluvial.

Segundo o governador do estado, Wilson Lima, o rio Madeira, importa conexão do Amazonas com Rondônia e Mato Grosso, está com cerca de 6 metros de profundidade. Em condições normais, alguns trechos chegam a ter 25 metros.

Por isso, o 9º Distrito Naval chegou a proibir a navegação noturna em alguns trechos por conta dos bancos de areia que se formaram. Isso tende a encarecer o curso dos alimentos no estado. “O rio Madeira é uma importante via de transporte de barcaças de soja, por exemplo”, disse.

Impactos na educação

A seca dos rios também tem consequências diretas na educação. Em diversos municípios as crianças dependem dos rios para chegar nas escolas.

Segundo o governador do estado, 350 alunos da região do Médio Solimões já não conseguem fazer o trajeto. Se os níveis dos rios continuarem baixando na atual velocidade, até o fim de outubro cerca de 20 mil crianças podem ficar sem ter como chegar às escolas.

Estiagem e a saúde em alerta

As situações climáticas como períodos de estiagem e seca podem causar problemas de saúde pública à população atingida.

Conforme a presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, um dos principais problemas é que a água ofertada em quantidade insuficiente ou com qualidade fora dos padrões pode ocasionar um aumento de casos de doença diarreica aguda por transmissão hídrica.

Por isso, o governo do Amazonas lançou, nesta segunda-feira (25), o Plano de Contingência das ações de Vigilância em Saúde para estiagem no Amazonas. O objetivo é orientar os municípios quanto as ações de saúde necessárias nesse período.

O documento descreve que, a partir do cenário de risco identificado, são implementadas atividades específicas classificadas em quatro níveis de resposta, que podem evoluir ou regredir durante o manejo da resposta.

A coordenação do plano é da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas- Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES).

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