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Caso Marielle: “Suel“ nega acusações de Élcio de Queiroz
A Justiça do Rio de Janeiro ouviu nesta sexta-feira (1), o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa. Ele foi acusado pelo ex-PM Élcio de Queiroz, em delação premiada, de monitorar a rotina da vereadora Marielle Franco, de ter participado do assassinato dela e do motorista Anderson Gomes e de fraudar provas do crime.
Durante o depoimento, o ex-bombeiro negou ter monitorado as movimentações de Marielle, dias antes do crime, assim como de ter alterado as placas do veículo usado durante a execução.
“Maxwell foi interrogado, falou tudo que ele podia falar, contestou todas as acusações que não têm provas. Delação tem que ter provas” – afirmou a defesa do acusado, Fabíola Garcia.
Na audiência, a advogada do ex-bombeiro reiterou o pedido de acareação entre seu cliente e Élcio de Queiroz e a transferência de Maxwell do presídio federal em Brasília para um presídio estadual no Rio de Janeiro, sob a alegação de que sua família reside no estado fluminense.
O juiz da 4ª Vara Criminal da Capital Gustavo Kalil determinou a expedição de carta precatória para que Élcio se manifeste se concorda com a acareação. Também estabeleceu prazo de 10 dias para que a defesa de Maxwell informe se insiste no pedido de acareação e que apresente os pontos que considera divergentes entre o conteúdo da delação de Élcio e a versão do ex-bombeiro.
Sobre o pedido de transferência, o Ministério Público se manifestou contrário com o argumento o ex-bombeiro é integrante de uma organização criminosa e por ser de alta periculosidade pode interferir no andamento das investigações caso esteja no Rio de Janeiro. A Justiça vai analisar a solicitação.
Além de “Suel”, outros dois ex-policiais militares são acusados de participação na morte da vereadora e do motorista. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os executores, aguardam, presos em penitenciária federal de segurança máxima a data do julgamento.
VÍDEO – Linha do tempo sobre o assassinato de Marielle Franco
Ele havia sido preso em junho de 2020 numa operação que investigava o crime e cumpria prisão domiciliar. Na ocasião, a polícia apreendeu com Maxwell uma BMW modelo X6, avaliada em R$ 170 mil. Seu salário na corporação era de cerca de R$ 6 mil.
Quem são Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa
Maxwell Corrêa é a terceira pessoa a ser detida por suspeita de envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson. Em março de 2019, um ano após o crime, os ex-policiais militares Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos acusados de dirigir o veículo usado na noite do crime e efetuar os disparos contra as vítimas, respectivamente.
À época do crime, em 14 de março de 2018, Élcio de Queiroz encontrava-se em situação financeira complicada, prestando serviço como vigilante patrimonial.
Ele foi expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2016 e é acusado de ter conduzido o Chevrolet Cobalt prata que emparelhou junto ao carro onde estavam Anderson, Marielle e a assessora Fernanda Chaves.
Às vésperas do crime completar um ano, ele foi preso junta a Ronnie Lessa durante a Operação Lume, realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e pelo Ministério Público do estado.
Em 2011, Queiroz chegou a ser preso na Operação Guilhotina, da PF, que apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos.
Em outubro de 2020, Queiroz foi condenado a cinco anos de prisão em regime fechado por porte e posse ilegal de armas. Contudo, como ele já estava detido no âmbito do Caso Marielle, não deixou a cadeia.
Por sua vez, Ronnie Lessa é sargento reformado da PM do Rio e figura conhecida na corporação. É acusado de ter relações com esquemas de contravenção e com milicianos.
Lessa é suspeito de ter efetuado os treze disparos de uma submetralhadora HK MP5 contra o carro onde as vítimas se encontravam. Ele foi aposentado da PM após sofrer um atentado a bomba, que resultou na amputação de uma de suas pernas e que teria sido provocado por uma briga entre facções criminosas.
FOTOS: Caso Marielle
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1 de 8 Socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro. Ela foi assassinada em 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde ela estava; 13 tiros atingiram o veículo
Crédito: Reprodução/Instagram
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2 de 8 Anderson Gomes, motorista do carro que levava Marielle, também morreu no atentado
Crédito: Reprodução/Facebook
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3 de 8 Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os acusados do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes
Crédito: Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
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4 de 8 A Justiça brasileira segue na busca pelos mandantes do assassinato da vereadora
Crédito: Reprodução/Instagram
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5 de 8 Uma estátua de Marielle Franco foi inaugurada na Praça Mário Lago, no centro da capital fluminense
Crédito: Divulgação/Instituição Marielle Franco
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6 de 8 Marielle era presidente da Comissão da Mulher na Câmara; segundo o Instituto Marielle Franco, ela iniciou sua militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré
Crédito: Reprodução/Instagram
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7 de 8 A irmã de Marielle, Anielle Franco, é ministra da Igualdade Racional do Brasil do governo Lula
Crédito: Reprodução/Instagram
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8 de 8 Marielle Franco era casada com a também vereadora Monica Benicio
Crédito: Reprodução/Instagram
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