Ex-goleiro do Ipatinga, banido do futebol por envolvimento em apostas, agora é motorista
Após ser banido permanentemente do futebol devido ao seu envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados, Matheus Phillipe Coutinho Gomes, sobrinho do ex-goleiro Gomes, vê-se em um novo papel: motorista de aplicativo. A mudança drástica de carreira veio depois que a operação “Penalidade Máxima” revelou, em 2023, sua participação em um esquema de apostas que manipulava resultados de jogos. O ex-goleiro, que teve passagem pelo Ipatinga, concedeu entrevista ao GE.
Matheus, que anteriormente ganhava R$ 2 mil por mês como jogador no Olaria-RJ, agora afirma que sua renda melhorou, chegando a até R$ 7 mil mensais com as 12 horas diárias que passa transportando passageiros pela região metropolitana de Belo Horizonte. Apesar do aumento financeiro, ele descreve o trabalho como exaustivo e longe de ser sua paixão.
“É uma realidade totalmente diferente. É muito mais difícil do que jogar bola, onde você treina algumas horas e tem o resto do dia livre,” comenta Matheus, que ainda se ajusta a essa nova rotina pesada.
O ex-goleiro enfrenta uma batalha legal para reverter sua punição, a qual considera excessiva, baseando-se no artigo 242 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que condena qualquer pessoa que ofereça vantagem indevida para influenciar o resultado de partidas. Ele alega que nunca recebeu dinheiro pelo seu papel no esquema, onde sua tarefa era conectar jogadores com o grupo de apostadores.
Matheus introduziu o jogador Fernando Neto ao apostador Bruno Lopez de Moura, cabeça do esquema de apostas e posteriormente preso pela operação. Neto teria recebido R$ 40 mil dos R$ 500 mil prometidos se ele recebesse um cartão vermelho durante um jogo, algo que não ocorreu.
Atualmente com 28 anos, Matheus apela à Justiça Comum para recuperar seu direito ao trabalho, enfatizando que o futebol é sua única habilidade profissional. Ele critica a disparidade entre a percepção pública dos jogadores de futebol e a realidade da maioria que, segundo ele, ganha salários mínimos e vive de contratos precários.