Google mapeia favelas para criar endereços digitais
A companhia de tecnologia Google, a ONG Gerando Falcões e a empresa Na Porta vêm mapeando favelas para criar endereços virtuais e tirar milhões de moradores de comunidades da invisibilidade. O projeto já é aplicado em pelo menos três favelas de São Paulo, mas até o fim do ano deve chegar a mais 20.
Nas favelas da capital paulista, cidade mais populosa da América Latina, muitas pessoas moram em residências que não possuem Código de Endereçamento Postal (CEP) e nome de rua.
A situação dificulta uma série de questões para os habitantes como informar seu endereço, fazer cadastros ou compras pela internet e receber correspondências.
“Sem um CEP, você não recebe encomenda. A entrega do aplicativo não chega na sua casa. Sem um CEP, você não consegue abrir um CNPJ. Sem um CEP, você fica também invisível, como não ter um RG”, afirma Lemaestro Santos, cofundador da ONG Gerando Falcões.
Os endereços digitais são gerados por uma ferramenta do Google chamada “Plus Codes”, que consegue mapear áreas que não tenham necessariamente ruas com nomes ou números.
A tecnologia cria um código gerado por dados de latitude e longitude. O objetivo é ampliar o acesso a serviços, por exemplo, de entrega e de saúde.
A iniciativa foi elaborada pensando na população que vivem nas favelas que, mesmo com acesso à internet e potencial de compra superior a R$ 200 bilhões por ano, não tem um endereço físico e, por isso, não pode receber produtos em casa.
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Dados do Instituto Locomotiva e da Central Única das Favelas apontam que quase 18 milhões de pessoas moram em comunidades com situações semelhantes no Brasil.
“Espero que essa seja uma oportunidade para apreciarmos como é importante para todos terem um endereço físico, porque não é só sobre e-commerce ou economia, mas ter um endereço fixo também pode ser uma oportunidade de salvar vidas”, diz Yael Maguire, vice-presidente do Google Maps.
A ampliação do Plus Codes em favelas faz parte da divulgação de uma série de iniciativas lançadas durante a quinta edição do Google For Brasil. O evento anual serve para firmar parcerias com organizações e empresas brasileiras voltadas à sustentabilidade, saúde pública e inclusão social.
Favela Gaming
O Google também apresentou ações que compõem o projeto Favela Gaming. A iniciativa busca incentivar jovens a se profissionalizarem no mercado de jogos.
“O objetivo principal é que o jovem tenha também autonomia para escolher onde ele quer atuar nesse mercado gamer. Ele pode ser um streamer, pode ser um criador de conteúdo”, cita Manuela Vilela, líder do ecossistema de criadores do YouTube Brasil.
Para o CEO do Google Brasil, a inclusão social pode começar no meio digital. “Como a tecnologia tem utilidade, ela pode ser expandida inclusive pras comunidades onde a gente tem tanta oportunidade de criar inclusão, negócio e engajamento”, expõe.
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