Mãe de ator morto acredita que filho foi vítima de emboscada e cobra justiça
O corpo do ator Jeff Machado, 44 anos, foi liberado pela família nesta quinta-feira (25), em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O procedimento aconteceu após a chegada da mãe do rapaz, que vive no interior de Santa Catarina.
Segundo Maria das Dores Estevão Machado, seu filho pode ter sido vítima de uma falsa promessa de emprego em uma emissora de televisão.
“Acredito que ele recebeu a promessa de emprego em uma TV. Com todos os cursos que ele tinha, se ele pagasse, conseguiria entrar mais rápido. Então ele foi enganado há muito tempo por falsos amigos e a polícia tem conhecimento porque eu penso que são vários. A polícia vai em busca disso, é de interesse de todos”, disse a mãe do ator.
Na última segunda feira (22), o corpo do ator foi encontrado com sinais de tortura dentro de um baú enterrado e concretado nos fundos de um imóvel em Campo Grande. De acordo com as investigações, a casa não pertencia ao ator e foi alugada um mês antes do crime.
Agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros chegaram ao local a partir da quebra de sigilo telefônico da vítima. Outra pista foram os cachorros de Jeff Machado, que tinham chips de identificação e foram abandonados na região do crime.
“Com os cachorros abandonados e, como todos eram chipados, foi fácil de identificar. Todo mundo sabe que ele tinha um amor incondicional pelos cachorros”, disse o advogado Jairo Magalhães, que representa a família do ator.
O caso está investigado como homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A Polícia Civil não descarta que o assassino seja alguém próximo. Isso porque quando o corpo foi encontrado, um detalhe chamou bastante a atenção dos investigadores: o baú usado para esconder o corpo do ator pertencia à vítima e ficava no imóvel onde Jeff Machado morava.
Em nota, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) disse que segue em diligências para apurar a autoria e a motivação do crime.
O ator Jeff Machado, de 44 anos, nasceu em Araranguá, município no interior de Santa Catarina com cerca de 70 mil habitantes, localizado ao sul do estado, e morava na capital fluminense havia nove anos.
Formado em jornalismo e cinema, no início da carreira ele chegou a atuar como colunista social em revistas de Florianópolis e Rio do Sul, município do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Em 1997, se mudou para São Paulo e, vivendo entre a capital paulista e o Rio de Janeiro, dedicou-se ao estudo das artes cênicas.
Em 2008 voltou para Florianópolis, onde trabalhou nas áreas de imprensa e artes. Foi assessor de imprensa, produtor, diretor de arte, cenógrafo e vitrinista. Em 2014 foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhava como ator e tinha como principal hobby o surfe.
Segundo a mãe do ator, o velório e o sepultamento devem acontecer na sexta-feira (26), em Araranguá, onde a família mora.
“Não é possível eu ter que fazer um voo para buscar o meu filho. Eu não vi, mas o meu advogado viu e disse que ele (Jeff) está irreconhecível. O Jefferson é um moço lindo. Um artista e um modelo. E eu venho buscar o meu filho dessa forma. Estou abalada”, lamenta Maria das Dores.
*Com informações de Fabio Grellet do Estadão Conteúdo
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