Megatraficante que fugiu da PF também tem mandado de prisão em aberto no Paraguai
O megatraficante Antônio Joaquim Mota, conhecido como “Motinha” ou “Dom”, que fugiu de helicóptero após saber da operação da Polícia Federal (PF) contra ele na semana passada, também tem um mandado de prisão em aberto no Paraguai.
Segundo informações da PF, Mota tem nacionalidade paraguaia e, se for preso no país vizinho, será extraditado de forma imediata para cumprir pena no Brasil. Ele é considerado foragido nos dois países.
O mandado de prisão em aberto é referente à fuga de maio, quando a PF deflagrou a operação Hélix contra uma organização criminosa suspeita de tráfico internacional de drogas e armas. O suspeito também ficou sabendo dessa ação e fugiu para uma fazenda que fica entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), segundo a PF.
Antônio Joaquim Mota era o principal alvo de uma operação deflagrada na sexta-feira (30) para prendê-lo, mas soube da ação e fugiu um dia antes de helicóptero, segundo os investigadores.
Nesta ação, seis seguranças de Mota foram presos. A PF diz que eles são paramilitares brasileiros e estrangeiros com treinamento internacional e atuação em guerras.
A PF apura o vazamento da informação. A operação foi em conjunto com autoridades paraguaias com a participação de 100 policiais e investigadores brasileiros não descartam a hipótese de que o vazamento tenha ocorrido do outro lado da fronteira.
A PF investiga se Mota tem proteção e recebe informações privilegiadas no país vizinho. Ele estava em uma propriedade rural que se estende pelos dois países, entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.
Perfil
Antônio Joaquim Mota é apontado pela PF como atual líder do chamado “clã Mota”, um grupo que teria mais de 70 anos de atuação na criminalidade, segundo as investigações.
Ele é a terceira geração de uma organização criminosa familiar e que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.
Mota, inclusive, se autodenominou “Dom”, segundo a Polícia Federal, em referência a Dom Corleone, o chefe da família criminosa mais poderosa na trilogia “O Poderoso Chefão”.
A CNN apurou que a organização investigada se especializou no tráfico de cocaína, por ser mais cara. A droga, vinda da Bolívia e da Colômbia, é transportada de avião ao Paraguai e, de lá, segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP), o maior do Brasil, e Itajaí (SC).
Mota já foi preso na operação El Patrón em novembro de 2019. Segundo a PF, a quadrilha alvo da operação, à época, ocultou US$ 20 milhões, sendo mais de US$ 17 milhões num banco nas Bahamas, e o restante pulverizado no Paraguai entre doleiros, casas de câmbio, empresários, políticos e uma advogada.
A CNN não localizou os advogados de Mota.
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