Prefeitura de São Paulo denunciou à polícia vacinação contra a Covid-19 em nome de Jair Bolsonaro na capital paulista
A Prefeitura de São Paulo registrou um boletim de ocorrência para apurar um registro de vacinação em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A suposta vacinação foi registrada no dia 19 de julho de 2021. O caso foi comunicado à polícia civil do Estado de São Paulo em janeiro deste ano por profissionais da Coordenadoria de Vigilância e Saúde do Município.
A CNN teve acesso ao boletim, no qual consta que a suposta aplicação da vacina foi computada no sistema Vacivida, criado pelo governo estadual de São Paulo para realizar o registro nominal das aplicações de vacinas contra a Covid-19.
Dados encontrados no sistema apontam que uma dose única do imunizante da Janssen contra a Covid-19 teria sido aplicada na manhã do dia 19 de julho em uma UBS no Parque Peruche, na zona norte da capital paulista.
Os profissionais da vigilância sanitária relataram que a dose foi registrada em nome do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.
O CPF de Bolsonaro também foi utilizado no cadastro. O endereço cadastrado é de Brasília e o e-mail utilizado foi lula@gmail.com.
Ainda segundo os profissionais da vigilância sanitária do município de São Paulo, a dose foi validada pelo Ministério da Saúde, sendo emitido certificado de vacinação pelo sistema Conect SUS, o que se dá de forma automática.
A prefeitura realizou o rastreamento do lote do imunizante que teria sido aplicado neste caso e conclui que a cidade jamais recebeu a dose mencionada.
Além disso, a profissional de saúde que teria supostamente aplicado a vacina nunca trabalhou no posto de saúde do Parque Peruche.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo confirmou o registro do boletim de ocorrência por suspeita de ato criminoso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Lula, já que seu nome aparece no e-mail utilizado para cadastro.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso foi inicialmente registrado pela Divisão de Crimes Contra a Administração (DICCA) do Departamento de Proteção à Cidadania (DPPC).
Em 27 de março deste ano, a apuração foi remetida à Polícia Federal após pedido dos investigadores paulistas, já que o assunto envolve órgãos federais e já havia uma investigação em curso pela Controladoria Geral da União (CGU).
A CGU investiga três registros de vacina em nome de Jair Bolsonaro. A suposta dose aplicada na capital paulista é o primeiro deles.
A segunda e a terceira dose foram registradas já em 2022 no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. As duas últimas seriam do imunizante da Pfizer.
O relatório da Polícia Federal sobre fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro, divulgado esta semana, também mostra que o ex-presidente teria recebido três doses da vacina contra a Covid-19.
O ex-presidente afirmou, na última quarta (03), que não se imunizou contra a Covid-19.
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