Redução da Selic viabilizaria maior venda de automóveis, diz economista
As medidas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para incentivar o setor automobilístico reduzem o preço final dos veículos, mas juros mais baixos é que podem facilitar o acesso dos brasileiros aos carros zero quilômetro, de acordo com Celina Ramalho, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A isenção de impostos anunciada pelo governo federal nesta quinta-feira (25) pode derrubar os preços dos carros de entrada para cerca de R$ 60 mil, de acordo com projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No entanto, o valor ainda é elevado e não permite que diversos brasileiros tenham condições de compra a não ser por meio de um parcelamento facilitado. “Nós entendemos que taxas de juros mais convidativas podem ir ao encontro do comprometimento do consumidor, viabilizando a compra dos automóveis”, disse Celina Ramalho em entrevista à CNN Rádio.
O cenário se tornará mais otimista à medida em que a nova regra fiscal e a reforma tributária avançarem pelo Congresso Nacional, uma vez que contribuiriam para uma maior estabilidade econômica e consequente redução da taxa Selic. “O próprio Banco Central já anunciou, através do Boletim Focus, a tendência da queda da taxa de juros, e o mercado já considera essa diminuição a partir do segundo semestre”, ressalta a economista da FGV. “O Banco Central já se sente confortável para definir uma Selic mais baixa diante dos compromissos monetários do governo federal.”
Celina Ramalho ainda elogiou a redução de impostos para o setor automobilístico, afirmando que a medida tem potencial de gerar empregos no Brasil e favorecer a balança comercial.
O percentual de descontos vai variar entre 1,5% e 10,9%, de acordo com três critérios.
A montadoras capazes de produzir os veículos mais baratos vão ter direito a maiores isenções. O mesmo vale para aquelas que fabricarem automóveis em maior quantidade e menos poluentes.
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