Ricardo Cavaliere é eleito para a Academia Brasileira de Letras; Mauricio de Sousa perde disputa
O filólogo e escritor Ricardo Cavaliere ganhou a eleição para ocupar a vaga da cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quinta-feira (27). O cartunista Mauricio de Sousa, que também concorria a vaga, não foi eleito.
Cavaliere foi eleito com eleito com 35 votos, de 38 possíveis. Mauricio de Sousa teve 2 votos e houve 1 voto em branco.
Cavaliere possui graduação em Letras, mestrado e doutorado em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tem experiência na área de Letras e Linguística, com ênfase na descrição do português e na historiografia dos estudos linguísticos.
Atualmente é professor aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem. É membro da Academia Brasileira de Filologia, do Conselho Editorial da Editora Lexikon, da Editora Lucerna, da Revista Todas as Letras e diretor da Revista Confluência. Além de de diversas associações nacionais e internacionais em sua área de investigação.
Cavaliere já ganhou a Medalha do Mérito Filológico da Academia Brasileira de Filologia, em 2018, e o Prêmio Celso Cunha da União Brasileira de Escritores, em 2015.
Ele passa a ocupar a cadeira nº 8, vaga desde a morte de Cleonice Berardinnelli, que foi professora universitária e especialista em literatura portuguesa, em janeiro de 2023. A cadeira tem como fundador o professor e poeta Alberto de Oliveira e como patrono o advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa.
Mauricio de Sousa perde a eleição
Concorriam à vaga contra Cavaliere o escritor Joaquim Branco, o escritor Eloi Angelos G. D’Arachosia, o jornalista, produtor de TV e escritor James Ackel, o advogado José Alberto Couto Maciel e o cartunista Mauricio de Sousa.
Em entrevista exclusiva à CNNo autor relatou que não vislumbrava uma cadeira na ABL até às recentes entradas de Fernanda Montenegro e Gilberto Gil, quando ele viu uma possibilidade para ingressar na lista dos imortais – a alcunha dada aos membros.
“Durante muito tempo, eu não pensava nisso, não. Mas daí eu comecei a perceber que estavam aceitando não só escritores, mas pessoas que vieram da música, como o Gilberto Gil. Ou a Fernanda Montenegro, que veio com tudo do teatro. Eu vi a abertura de que poderia chegar até lá”, conta.
A Academia Brasileira de Letras
A ABL, instituição inaugurada por Machado de Assis em 1897, tem como objetivo o cultivo da língua e da literatura nacional. Ao todo, são 40 membros fixos e perpétuos; quando há alguma renúncia ou morte de um membro, é aberto o processo seletivo para a eleição de uma nova pessoa.
Após as inscrições, os demais membros votam, e aquele que tiver mais votos consegue a vaga na ABL. No dia 27 de abril, Mauricio de Sousa, de 87 anos, e outros escritores disputam a cadeira de número 8 deixada por Cleonice Berardinelli, que morreu em 31 de janeiro.
*Com informações de Marcello Sapio
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